A linguagem do silencio

409 palavras 2 páginas
A LINGUAGEM DO SILÊNCIO
A ideia de que “é impossível não comunicar” constitui um dos mais conhecidos axiomas da comunicação. Comunicamos através do sorriso, do olhar, do vestuário, do gesto, das cores que preferimos, dos locais que frequentamos, dos filmes que mais gostamos ... tudo constitui formas de nos darmos a conhecer aos outros, ainda que de um modo indirecto. Neste contexto, o poder da linguagem falada é indiscutível. A palavra dá forma aos pensamentos e facilita a interacção, ajudando a encontrar plataformas de entendimento. Mas a palavra não é tudo e, algumas vezes, optamos pelo silêncio que constitui, ele próprio, também uma forma de comunicação. Mas, o problema do uso do silêncio, é que se presta a múltiplas interpretações. De certo modo, funciona como um espaço vazio onde cada um vai
“encaixar” aquilo que lhe parece mais adequado tendo em conta a situação. Podemos senti-lo como agressão, ou mais um sinal de desconsideração e desprendimento, no caso de estamos magoados com alguém mas, se estivermos seguros do afecto dessa pessoa, o silêncio não é relevante, porque tenderemos a pensar que é apenas um modo de arrumar ideias com vista a encontrar soluções positivas. Há também mutismos que são, ao mesmo tempo, um grito. A dor, por exemplo, é frequentemente exprimida através do silêncio. Ainda que possamos ser levados a pensar o contrário, é bastante mais dificil, e doloroso sofrer em silêncio. Existem depois outros tipos de silêncio. Aquele que testemunha covardia, ou falta de coragem para assumir o que quer que seja, um pouco na linha do “quem cala, consente!” . Também pode ser lido como atitude de negatividade (espécie de
“birra”) nos casos em que as pessoas se recusam a comunicar verbalmente. No meio disto tudo, há silêncios que falam mais do que mil palavras! Um casal que permanece de mãos dadas a contemplar um lindo por-do-sol, uma inspiradora lua cheia ou a apreciar uma bela melodia, não precisa dizer nada porque está tudo

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