A justiça em platão

1543 palavras 7 páginas
JUSTIÇA E FELICIDADE EM PLATÃO por JOSÉ LOURENÇO PEREIRA DA SILVA & MARCO ANTÔNIO FABRETTI

De que forma é a justiça melhor que a injustiça? E quem é mais feliz, o homem justo ou o injusto? Herdeiro e continuador da ética socrática, Platão foi quem pela primeira vez consignou por escrito argumentos em defesa da justiça como a virtude por excelência, seja para o indivíduo seja para a sociedade, e propalou a crença socrática de que o homem justo é intrinsecamente feliz, desenvolvendo, dessa maneira, um conceito de justiça substancialmente distinto das concepções tradicionais.
Princípio fundamental da ética e política platônica, a noção de justiça é recorrente nos trabalhos de Platão, que dedicou à busca da natureza ou definição da justiça um diálogo bastante complexo e, certamente, o que se tornou mais célebre: a República. No primeiro livro da República, é colocada questão “o que é a justiça?” para o debate entre Sócrates e seus interlocutores. Rejeitadas sem maiores esforços argumentativos certas opiniões vulgares que supunham ser a justiça fazer bem ao amigo e mal ao inimigo, ou então dizer cada um a verdade e restituir o que é devido, a discussão torna-se mais acalorada com a introdução do aguerrido sofista Trasímaco, defensor de uma concepção provocativa daquilo que seja a justiça. De acordo com Trasímaco, “a justiça não seria outra coisa senão a conveniência do mais forte” (República, 338c). Seria, pois, direito de quem manda ou governa estabelecer as leis e fazer cumpri-las segundo seu interesse; e a justiça convencional, isto é, aquilo que o senso comum reputa como justo nada mais seria que a obediência dos mais fracos. Com base nessa visão da justiça e do justo, Trasímaco propôs uma inversão dos tradicionais valores de justo e injusto, argumentando, a partir de premissas comumente aceitas como realistas, em favor da superioridade da conduta injusta. Se a justiça consiste na vantagem do mais forte, o prejuízo é próprio daquele que obedece e

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