A INTERPRETAÇÃO EM PSICANÁLISE

2309 palavras 10 páginas
A INTERPRETAÇÃO EM PSICANÁLISE

D. W. Winnicott, M.D.

É importante que periodicamente se revejam os princípios básicos da técnica psicanalítica e que se reavalie a importância dos vários elementos que fazem parte da técnica clássica. Seria geralmente admitido que uma importante parte da técnica psicanalítica é a interpretação e é o meu objetivo aqui estudar mais uma vez esta parte particularmente importante do que fazemos. A palavra “interpretação” implica que estamos usando palavras e há uma implicação maior que é que o material trazido pelo paciente é verbalizado. Na sua forma mais simples há uma regra básica, que ainda tem força, apesar de muitos analistas jamais instituírem seus pacientes nem mesmo em relação a este detalhe. Após mais de meio século da psicanálise os pacientes sabem que se espera deles que falem o que vem a cabeça sem reprimir nada. Também é reconhecido hoje que grande parte da comunicação do paciente para o analista não é verbalizada. Isto pode ter sido percebido por primeira vez em termos dos matizes do discurso e as várias maneiras nas quais o discurso se envolve, muito mais do que em termos do significado das palavras usadas. Gradualmente, os analistas se encontraram interpretando os silêncios e os movimentos e uma variedade de detalhes comportamentais que estavam fora do domínio da verbalização. No entanto, também haviam analistas que preferiam muito mais apegar-se ao material verbalizado oferecido pelo paciente. Quando isto funciona, tem vantagens óbvias, pois o paciente não se sente perseguido pelo olhar do observador. Com um paciente silencioso, um homem de 25 anos, certa vez eu interpretei o movimento de seus dedos quando suas mãos juntas à altura do seu colo. Ele me disse: “Se o senhor começar a interpretar este tipo de coisa, então eu terei que transferir este tipo de atividade para alguma outra coisa que não apareça”. Em outras palavras, ele estava me mostrando que se ele não verbaliza a sua

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