A interferência da ditadura militar na política econômica brasileira no período de 1967/69
Claúdia Alievi,Cristina de Araújo Kirchhof,Marco Aurélio Alievi, Naiane Bock. Durante o governo Castello Branco, a política econômica teve na prioridade explícita e enfática conferida ao combate à inflação. Na ótica do PAEG (1964/66), a crise econômica tinha a sua raiz na inflação (desorganizava o mercado de crédito e de capitais; distorcia o mercado cambial; mascarava os coeficientes de rentabilidade através de lucros ilusórios e desestimulava os investimentos). Para retomar a trajetória de desenvolvimento econômico dependia do êxito da reversão do processo inflacionário.
O diagnóstico da inflação pelo PAEG determinava uma inflação do tipo de demanda por causa do crescimento excessivo da demanda agregada. O comportamento desses fatores da demanda residiria no desequilíbrio orçamentário e na expansão do crédito (impulsionada pelo Banco do Brasil), secundados pelo movimento dos salários nominais.
Assim a implantação de um programa de ação centrado na redução do desequilíbrio orçamentário, com o controle da expansão monetária e creditícia (estabelecendo-se metas de desaceleração sucessiva de seu crescimento nominal) e contenção dos reajustes salariais nominais.
A crise de estabilização era vista com naturalidade pelos economistas da corrente ortodoxa. Analisado por Delfim, as oscilações conjunturais afetam negativamente os determinantes das decisões de investimento que comprometiam a possibilidade de retomar com o desenvolvimento econômico. Portanto, a prioridade determinada pela nova administração de Costa e Silva foi a estabilização do crescimento industrial em torno de sua tendência de longo prazo. Mas, o objetivo da redução da inflação não tinha sido esquecido, Delfim sintetiza a proposta de política econômica:
“Tanto o combate à inflação quanto a estabilização da produção industrial em torno de seu padrão normal de longo prazo apresentam-se, portanto, como