A infância acabou
Para Postmann "a infância é um artefato social, não uma categoria biológica", ou seja, se, enquanto sociedade, inventamos a infância, podemos, um dia terminar com ela. E parece que já estamos fazendo isso.
Tais autores se baseiam em estudos feitos com crianças já há algumas décadas em que eles comparam o comportamento que tinham com o que têm hoje, chegando à conclusão fatídica de que, conforme fomos nos "tecnologizando", fomos também assinando o atestado de óbito desta fase de nossas vidas, das de nossos filhos e, fatalmente, das de nossos netos.
Não que a tecnologia seja uma coisa má e que deva ser combatida, mas do modo como fomos expondo-nos a isso e expondo nossas crianças frente à televisão, ao computador, aos aparelhos que facilitam nossa vida e nos permitem deixar mais tempo livre para outras tarefas menos penosas e, até mesmo, frente a um simples rádio, fomos abrindo mão de nosso papel exclusivo de educadores, delegando a esses meios poderes que, de fato, não lhes cabiam. Assim, os "pequeninos" perderam-se num mar de coisas do mundo adulto, "adultizando-os" de modo impiedoso e não deixando espaço para o lúdico, o crescimento gradativo, o amadurecimento "natural" da natureza humana que há em cada um de nós.
Desde a Antiguidade, de acordo com o texto, já podíamos ver Alexandre aos seus 13 anos tendo aulas com Aristóteles e aos 16 comandando exércitos. Na Idade Média, desde muito cedo, as crianças já entravam na lida diária ao lado de seus pais, uma vez que a aquisição do conhecimento era um privilégio de poucos, especialmente dos que se dedicavam à vida religiosa.
Entretanto, com o aparecimento da imprensa, esse status das