A IMIGRAÇÃO ITALIANA NA VIDA DOS BRASILEIROS DOS CONTOS DE ANTÓNIO DE ALCÂNTARA MACHADO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
INSTITUTO DE LETRAS E ARTES
A IMIGRAÇÃO ITALIANA NA VIDA DOS BRASILEIROS DOS CONTOS DE ANTÓNIO DE ALCÂNTARA MACHADO
BIANCA MACEDO

RIO GRANDE - RS
2014
A partir da leitura do livro “Brás, Bexiga e Barra Funda”, de António de Alcântara Machado, percebi em cada conto, uma maneira de representação diferente da figura do imigrante italiano no Brasil daquela época. Seja como personagem principal do conto, ou como secundário, ou apenas uma aparição na história, o cotidiano dos três bairros, que intitulam a obra, povoados por esses que vieram criar uma nova raça de mestiços em nosso país, como o próprio António anuncia em seu “Artigo de fundo”. Artigo este que já deixa claro que a intenção do autor é jornalística, de contar notícias ao invés de pura ficção, o que me pareceu um modo de fazer com que as histórias tivessem um tom mais realístico, mais verdadeiro, o que um jornal trairia em seu conteúdo, e um livro de contos não. Os contos de António trazem de diversas maneiras como estas figuras viviam aqui, desde as crianças, até os mais velhos, não esquecendo as mulheres.
Pensando na vinda desses imigrantes para cá, lembrei de como alguns portugueses viam nas colônias de Portugal uma fuga da desgraça e falta de dinheiro, em que acabavam saindo de seu país em busca de uma nova vida, de uma vida melhor, de emprego e um futuro para seus filhos. Essa nostalgia se refletiu na sua literatura, demonstrando a saudade, o querer voltar, o pensar que sua terra natal era melhor. E mesmo estando em uma terra nova, os imigrantes portugueses mantiveram a identidade antiga, um sentimento nostálgico, como vemos neste trecho do capítulo A nau de Ícaro ou o fim da emigração, do livro A nau de Ícaro, de Eduardo Lourenço:
A emigração supõe que alguma coisa de melhor do que o que se deixa nos espera para nos dar a oportunidade de mudarmos de estado ou função. (LOURENÇO, p. 45)
Como Essa perda do lugar de origem em busca de uma vida melhor gerava