A ilustração e a sociedade contratual...

A Ilustração e a Sociedade Contratual
Uma nova etapa no pensamento burguês
O Renascimento foi o período de transição da sociedade medieval para o capitalismo moderno, onde o sistema econômico é focado na produção, na troca, na expansão comercial, na circulação crescente de mercadorias e de bens materiais. Rompia-se ordem feudal estamental e fundiária, emergia uma sociedade individualista e financista voltada para o desenvolvimento comercial e lucro. Novos valores passaram a reger a vida e o comportamento social. Neste período, diferente do homem medieval, espiritualista, contido e gregário, o homem moderno é estimulado a amar a vida, a buscar a satisfação de suas necessidades de forma individual e a cultivar sua subjetividade feita de sentimentos e de pontos de vista pessoais. As cidades ganharam vida, atraindo pessoas de diferentes lugares dispostos a conquistar um espaço no mundo, a competir e enriquecer.
No campo econômico, uma atitude expansionista toma conta de todas as atividades e o lucro se torna o objetivo principal de qualquer atividade, no entanto, não se tratava do lucro praticado desde as mais remotas trocas comerciais, uma quantia cuja monta não deveria exceder nunca os limites estreitos capazes de assegurar o sustento dos agentes e de suas famílias, um lucro que, ultrapassando essa fronteira, seria considerado antiético e pecaminoso pela igreja. Com o capitalismo, as atividades econômicas se libertam desses limites e o lucro se torna a finalidade primeira da atividade econômica, responsável pela acumulação de riqueza e prosperidade. Assim, enquanto um comerciante na antiguidade calculava-se o ganho em função daquilo que necessitava para viver e para repor o que fora gasto, o negociante capitalista, livre de qualquer limite, estabelecia seu preço procurando estimar o valor máximos que os compradores se mostravam dispostos a pagar por seus produtos.

O Cientificismo
Essa valorização de trocas comerciais e as novas possibilidades de lucro que se abriam