A história do Acre e o Direito Internacional

Os enredos da formação do território brasileiro, sobretudo, tomando como foco de estudo as demarcações das fronteiras dos estados federativos com os outros países sul-americanos, são recheados de conflitos, acordos, trocas, negócios e conquistas dos habitantes por cada pedaço de terra. A história das fronteiras brasileiras confunde-se com a história de luta do povo brasileiro em busca de sua autoafirmação, começando pela posse do solo, que identifica a sua população com o conceito de nacionalidade.
Nesse diapasão, o Direito Internacional figura como vetor do seguimento histórico na dissolução dos embates que surgiam, e até mesmo motivando os mesmos, mas sempre com a finalidade única de estabelecer a paz social atuando em sua diretriz, qual seja, manutenção harmônica das relações externas das sociedades internacionais, embora, muitas vezes, sangue precisasse ser derramado para que tal harmonia fosse atingida.
Embora seja um dos estados menos lembrados pela mídia atual, o Estado do Acre tem uma história de formação que reflete bem a importância da função primaz do Direito Internacional, principalmente no Brasil, um país de dimensões continentais, em que a dificuldade de controle territorial por meio de suas fronteiras foi, durante muitas décadas, um grande desafio para o Estado Soberano Brasileiro.
O nome Acre surgiu do nome Áquiri, forma pela qual os exploradores da região transcreveram a palavra Uwákuru, do dialeto dos indígenas, que significa "rio dos jacarés" na língua nativa dos Apurinãs, os habitantes originais da região banhada pelo rio que empresta o nome ao estado. Os exploradores da região traduziram o nome do dialeto, originando nome Acre.
Segundo CARVALHO, 1998, p.218, "a ocupação da região que hoje se chama de Acre, compreende três fases" – a primeira é a dos conquistadores portugueses e paulistas que para aí convergiram na marcha para o oeste, essa fase, é a da penetração histórica... (séculos XVII e XVIII). Ainda conforme assinala este autor, "A