A heteronormalidade e o bullying

A HETERONORMATIVIDADE E O BULLYING: análise das medidas educativas adotadas por supervisores escolares para coibir a homofobia praticada por alunos do Ensino Fundamental I1 Dra. Terezinha Richartz2 Dr. Zionel Santana3 Resumo: O respeito à diversidade de orientação sexual e de identidade de gênero passa longe de muitas escolas e das práticas educativas, afrontando o que preveem os PCNs e o Programa “Brasil Sem Homofobia.” Por isso, os objetivos deste artigo são analisar os tipos mais comuns de bullying, relacionados a comportamentos considerados homossexuais, em crianças do ensino fundamental I, a partir do olhar da supervisão, e verificar quais são as medidas adotadas pelos supervisores, no ambiente escolar, para coibir a prática de bullying contra homossexuais. Os dados apontam que os tipos de bullying mais praticados nas escolas, sob o prisma da supervisão, são fortemente gendrados. Nas escolas pesquisadas ainda não estão previstas medidas gendradas e nem políticas educacionais mais agressivas para combater a violência homofóbica. Palavras-chave: heteronormatividade, homofobia, bullying, relações de gênero.

1 INTRODUÇÃO

Desde 1998 foi incluída como tema transversal nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) a orientação sexual nas escolas, onde podem ser abordadas questões como gênero e sexualidade. Apesar das investidas do governo, os espaços normatizadores criados socialmente são resistentes e tendem a persistir apesar das tentativas governamentais de diminuir a discriminação e o preconceito contra a diversidade. O bullying contra homossexuais é um problema longe de ser resolvido já que o homossexualismo é considerado uma afronta aos valores heterossexuais. Mas como será a incidência de bullying relacionado a comportamentos considerados homossexuais em crianças do ensino fundamental I, a partir do olhar da supervisão
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Apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Professora da Faculdade Cenecista de