A herança cultural africana

A herança cultural africana
Em 1531, o primeiro navio negreiro atracou no porto brasileiro trazendo os primeiros negros capturados em diversas regiões da África para serem vendidos como escravos. Nagôs, jejes, angolas e benguelas foram algumas das etnias obrigadas a viver por aqui. Eram embarcados entre 200 e 600 negros em cada navio com destino ao Brasil, vinham de forma desumana, eram amarrados por correntes e separados por sexo, sofriam muito com o próprio desconforto físico, além da falta de água e doenças, cerca de 40% morriam na travessia, que durava de 35 a 50 dias. Assim que chegavam ao Brasil eram postos em quarentena, com a finalidade de evitar perdas por doenças, e, para que causassem boa impressão, eram submetidos à engorda, faziam exercícios para evitar atrofia muscular e a artrose. Passado esse período eram encaminhados para os mercados de negros da Bahia, Pernambuco, Maranhão e Rio de Janeiro. Com a cabeça raspada velhos, jovens, mulheres e crianças eram avaliados pela clientela, que apalpavam os dentes, membros e troncos, o preço do escravo variava de acordo com a idade, o sexo, a etnia e as habilidades mostradas. Os recém chegados eram chamados de boçais, os já aculturados, de ladinos, e os nascidos no Brasil, de crioulos.
O trabalho escravo era usado para os mais variados fins: no canavial, no engenho, na casa-grande, nas minas, escravos de aluguel e escravas que trabalhavam como prostitutas nas cidades. Não houve atividade em que o negro não fosse utilizado. O trabalho braçal exaustivo, as péssimas condições de alimentação e os maus-tratos encurtavam a vida dos africanos adultos, que em geral conseguiam sobreviver, no máximo, por dez anos.A violência fazia parte do dia-a-dia dos escravos, segundo os senhores de engenho, o castigo físico era aplicado com fins “educativos”, pois só assim se tornavam submissos e não se negavam a trabalhar.
Os africanos escravizados, não suportando tantos sofrimentos, começaram a se rebelar contra a autoridade