A Gaia Ciência

Resumo: Texto “A Gaia Ciência” Marlinda Gomes Ferrari No prefácio do texto Nietzsche relata que o filósofo deve externar seus pensamentos.
Talvez por ter escrito A Gaia Ciência após um período de doença, o texto é como um convite à vida, a viver sem dogmas, sem amarras, sem convicções exacerbadas.
Nesse sentido, Nietzsche traz discussões a respeito da verdade, da razão, da moral, da arte, da ilusão, para mostrar a necessidade de um nova relação com o conhecimento. Para isso, num jogo poético, utiliza de metáforas e de outras imagens na tentativa de esclarecer certos conceitos para reforçar a interpretação que gostaria que estes tivessem. Desconstrói vários conceitos arraigados.
Assim, Nietzsche aborda a ciência sob uma perspectiva crítica, apontando a necessidade de um conhecimento científico humanizado, uma ciência mais próxima à arte.
Para Nietzsche a verdade não é universal. Quando nos apegamos a uma verdade, deixamos escapar fatos/nuances importantes, pois nos limitamos a um mundo restrito. A verdade não deve ser seguida como uma doutrina.
Nietzsche diz que “O que importa é como se está habituado a temperar sua vida”( p. 177), ou seja, qual a potência que damos à nossa vida. Se mantemos sempre a mesma potência, na segurança, ou se aventuramos-nos, arriscamos-nos a descobrir outras verdades.
Nietszche também fala da importância de distanciarmos de nós, para rirmos e chorarmos por nós, fazendo de nós mesmos um laboratório, vivenciando a filosofia. Não é a filosofia aplicada ao mundo exterior, mas a nós mesmos. Ele nos convoca a viver como se a nossa vida fosse uma obra de arte: sem peso, sem tanta seriedade, sem tanta exigência, sem dogmas.
Nietzsche se apega a aparência em detrimento da essência. Ele está interessado em transvalorar, mudar os valores. Não interessa a ele desqualificar, porque isso seria niilismo. Não está interessado em descobrir algo, desvelar algo. Interessa para ele criar, e a filosofia para ele deve ser uma atividade