A formação de professores e seu impacto na educação brasileira

A formação de professores no Brasil passou a receber importância do Estado somente a partir do século XIX com a implantação do Império em 1822, depois de proclamada a Independência política brasileira em relação a Portugal. Anteriormente a esse período nenhuma preocupação houvera com a formação dos educadores, somente algumas poucas ações ocorreram em prol da educação no Brasil, dentre elas devemos destacar a participação dos padres jesuítas, religiosos de boa formação cultural, que na colônia enfrentaram inúmeras adversidades: culturais, naturais e políticas para levarem adiante o propósito de catequização. Não discutirei neste texto tal propósito em si, porém é inegável que o trabalho desses padres garantiu certa produção cultural e intelectual no princípio do Brasil colônia, tais como: poesia, literatura, escultura, arquitetura, teatro e música. Com a reforma política implantada pelo Marques de Pombal e a conseqüente expulsão dos jesuítas em 1759 vivemos um período crítico para a educação brasileira. Mesmo em meio aos ideais sociais de liberdade, igualdade e fraternidade disseminados pela Revolução Francesa (1789 – 1799) houve apenas certa mudança no enfoque ideológico de alguns integrantes da classe dominante brasileira, que continuavam apoiando uma educação elitista, classista e escravagista, uma vez que assim conseguiam manter-se no poder. O tema formação de professores somente passou a fazer parte de discussões políticas com a Constituição de 1824. O posterior Decreto Imperial de 1827 deu origem às Escolas de Primeiras Letras. Porém foi na terceira década do século XIX (1831 -1840) que foram criadas as primeiras Escolas Normais do país com o objetivo de preparar profissionais para o magistério público. Inicialmente as Escolas Normais eram precárias, com limitações orçamentárias, destinadas somente ao público masculino e apresentavam um currículo básico que cobria praticamente o ensino elementar. As mulheres, ainda por herança