A experiência consciente em Chalmers
Daniel Borgoni1
Resumo: Em The Conscious Mind, David Chalmers afirma que estamos mais certos da existência da experiência consciente do que qualquer outra coisa no mundo, mas que ela escapa às abordagens reducionistas da consciência. Chalmers rejeita o materialismo defendendo que a consciência, entendida como experiência consciente, é uma propriedade não-física do mundo, que supervem naturalmente -mas não logicamente- às propriedades físicas, nomeando sua abordagem de dualismo naturalista. Os objetivos deste artigo são apresentar o percurso teórico que permite a Chalmers chegar a esta conclusão e criticá-la. Nós reconstruiremos sua posição, e defenderemos que Chalmers responde a duas objeções propostas por Searle, a saber: a que faz uma analogia entre “liquidez” e “consciência”, e a que afirma que Chalmers comete o mesmo erro dos vitalistas. Por fim, apresentaremos de forma resumida a objeção proposta por Teixeira e
Leal-Toledo que afirma que o argumento dos zumbis de Chalmers sabota sua própria estrutura lógica, e defenderemos que este não é suficiente para demonstrar que o materialismo é falso.
Palavras-chave: Consciência. David Chalmers. Dualismo. Superveniência. Zumbis.
Abstract: In The Conscious Mind, David Chalmers affirms that we are more certain of the existence of our conscious experience than anything else in the world, although it cannot be captured by the reductionist accounts of consciousness. Chalmers rejects materialism defending the idea that consciousness, understood as conscious experience, is a non-physical property of the world, which supervenes naturally -but not logically- on the physical properties, naming his own account “naturalist dualism”. The aim of this paper is to present the theoretical route that allows Chalmers to grasp such a conclusion and to criticize it. We will reconstruct Chalmers’s position and we will defend that Chalmers answers two objections proposed by