A Era Obama
Livro “Os Americanos (Antonio Pedro Tota)”
Barack Hussein Obama é o primeiro negro a ser eleito presidente de uma nação com tradição de segregacionismo e racismo acentuados. É o primeiro com nome exótico, para se dizer o mínimo. Quando Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos, alguma coisa aconteceu na raiz cultural americana. Primeiro, o nome, remetente, como já disse, à coisa exótica, africana e principalmente muçulmana, considerada pelo sistema gerado na administração Bush/Cheney. Depois, ele não é branco, e não exatamente cristão. A mãe americana se considerava sem religião, e o pai, africano, também não tinha preocupações religiosas, e o abandonou nos primeiros anos de vida. Mas quando ele completou 24 anos, começou a frequentar uma igreja protestante na qual se casou e depois batizou as filhas.
A constituição prometia liberdade, justiça e igualdade perante a lei, mas não para os negros. Obama lembrou que foi preciso muito sangue e coragem. Dias de lutas nas ruas, de grandes manifestações no centro da capital do país, de luta nos tribunais, exercendo a desobediência civil. Lutas para diminuir a distância entre a promessa dos ideais americanos e a realidade.
No livro uma nação com alma de igreja, organizado por Carlos Eduardo Lins da Silva, há boas explicações sobre o sentido das igrejas nos Estados Unidos. Nelas, os negros buscavam refúgio e sentiam-se seguros contra as ameaças dos racistas; era nas igrejas que os negros podiam expressar-se livremente sem medo de serem ridicularizados ou de sofrerem retaliações. E nessas igrejas foram gerados líderes radicais, como o reverendo Jeremiah Wright. Com muita habilidade, Barack Obama foi se apartando de elementos radicais como o tal reverendo. Habilidade, aliás, que já prenunciava o arguto político que é o novo líder americano.
A eleição de Obama veio para comprovar que só lá é a terra em que todos os sonhos se realizam, em especial o american dream. Os