a era mauá

Era Mauá
Em meio à todas essas transformações no século XIX, eis que surge Irineu Evangelista de Souza, Barão e Visconde de Mauá.
O novo menino rico foi um dos responsáveis pelos grandes investimentos no Brasil. Esses investimentos foram, de certa forma, inspirados por uma visita de Mauá ao berço da sociedade industrial, Inglaterra. Voltou com idéias liberais, e achando, com razão, que o Brasil necessitava de indústrias de base, como metalúrgicas, que possibilitariam uma certa "independência" à indústria do Brasil.
Sempre em parceria aos capitalistas britânicos, Mauá investiu em fundições de ferro e bronze, caldeirarias, serralharias, estaleiros, companhias de navegação (Companhia de Navegação do Amazonas), companhias de iluminação à gás, companhias de transporte (bondes e estradas de ferro) e no cabo telegráfico submarino, que possibilitou a comunicação entre Brasil e Europa.
No entanto, tudo isso não proporcionou uma industrialização nos moldes europeus. Portanto, a "Era Mauá" não passou de um surto industrial que não tirou o Brasil da dependência econômica internacional.
Mauá desafiou os ingleses quando passou a realizar investimentos independentes, sem empregar capital estrangeiro, e começou a fazer concorrência a bancos e empresas da Inglaterra. Mais tarde, esse desafio traria diversos problemas para Mauá, que teve que enfrentar o Império, e os ingleses simultaneamente.
O declínio da "Era Mauá" começou na década de 1860, quando a Tarifa Silva Ferraz foi estabelecida. Dessa forma, a fundição de Mauá foi profundamente prejudicada, pois as taxas de importação estabelecidas pela Tarifa Alves Branco (1844) foram reduzidas ou suspensas, acabando com o protecionismo que havia favorecido muitas das iniciativas de Mauá. O governo imperial nunca simpatizou com Mauá, da forma que ele era liberal, abolicionista e contra a guerra do Paraguai, deixando-o desamparado mais tarde, tendo que enfrentar a concorrência externa e sabotagens em suas companhias sozinho.

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