A Era do Representismo

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A Era do “Representismo”
SALLUM, Eduardo Dade

Antes de mais nada, queria abordar o caro leitor com o seguinte "dilema": Viver ou Representar?

A sociedade brasileira passou por meados dos anos 90 até hoje por um processo tecnológico de velocidade exponencial. Os avanços da comunicação aproximaram as pessoas, com ferramentas que deram a sociedade não apenas o poder de expressão da imagem individual das pessoas, como também o poder do individuo de criar sua própria imagem teoricamente segundo seus padrões morais, éticos e filosóficos.

É comum nas redes sociais nos depararmos com murais públicos com videos, fotos, imagens e escritos retratando uma jovem relação conjugal, por exemplo, e que pela quantidade de registros e pelo pouco tempo de "namoro" nos leva a reflexão: Como sobrou tempo em meio a tantos registros pra vivenciar a relação em si? Parece que definitivamente, representar, se tornou mais importante do que viver.

Quando partimos da análise que movimentos sociais estão sendo criados instrumentalizando dessa falsa vivência para promover sua reflexão de mundo, por mais que muitas das vezes sem conhecimento de causa ou teórico; chegamos a conclusão que o universo casual do "representismo" já contamina nossos rebeldes, que engatinham na sua trajetória ao senso crítico (lembrando ser fato que a rebeldia é o primeiro estágio para uma revolução filosófica e ideológica no que diz respeito a esse indivíduo mesmo sabendo que o que deve ser um degrau não pode ser encarado como topo).

"Imperativos categóricos que tendem colonizar as outras esferas da sociedade [...] a sociabilidade no mundo moderno resulta da sujeição do mundo vivido à lógica sistêmica"(ADORNO, Sérgio, 1996). Dentro dessa perspectiva analisamos que o representismo é comum a sociedade moderna, visto que a experiência vivida se sujeita a racionalidade instrumental e técnica dos meios de comunicação (lógica sistêmica).

A lógica dessa sujeição da experiência a lógica sistêmica, no caso das

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