A emancipação feminina dos anos 60
A emancipação feminina dos anos 60
Ana Rita Côrte-Real
Turismo, Lazer e Património
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
O termo feminismo indica historicamente conjuntos variados de teorias e práticas centradas em volta da constituição e da legitimação dos interesses das mulheres. Sendo um tema tão abrangente, o feminismo não é um substantivo cujas propriedades possam ser definidas de forma exacta e definitiva. Por estas mesmas razões, decidi centrar-me apenas nos principais aspectos e meios que contribuíram para a emancipação da mulher nos anos 60. A entrada em massa de mulheres no mercado de trabalho e a expansão da educação superior acompanharam a terciarização da sociedade, no contexto de pleno emprego verificado nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, o que contribuiu fortemente para a ascensão da condição feminina e consequentes alterações no estatuto socioprofissional das mulheres. Com efeito, são as mulheres as grandes beneficiadas pela explosão dos serviços: Com níveis de escolaridade cada vez mais elevados, são as mulheres que ocupam os empregos da função pública, das empresas privadas e das grandes empresas comerciais, exercendo igualmente as tradicionais profissões liberais, anteriormente desempenhadas pelo homem. Apesar de todas as conquistas conseguidas nos inícios do século, a mulher continua confinada ao seu papel de esposa e mãe. É neste contexto que recrudescem os movimentos feministas que intensificam a sua luta pela plena e efectiva igualdade de direitos civis e políticos, relativamente aos homens. Ao longo dos anos 60, os movimentos feministas, que marcaram as primeiras décadas do século XX com as suas acções sufragistas, receberam um impulso notável, convertendo-se no principal meio de emancipação das mulheres. O feminismo dos anos 60 foi particularmente activo na luta pela igualdade de direitos da mulher, e