A Crise das Utopias: A Esquerda nos romances de Antonio Callado por Giselle Larizzati Agazzi

66644 palavras 267 páginas
GISELLE LARIZZATTI AGAZZI

A Crise das Utopias: A Esquerda nos romances de Antonio Callado

Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Orientador:Prof. Dr. Flávio Wolf de Aguiar

São Paulo
1998

Para o Luiz,
E para Mariana.

Agradecimentos
Eu tenho muito a agradecer ao Flávio, meu orientador, pelo estímulo e pelas intenções sempre sabiamente traduzidos e, claro, pela sua incansável luta contra qualquer tipo de autoritarismo e intolerância.
Ao Tino e à Myrna, que me lançaram às veredas literárias da vida; e às irmãs, que não me deixam esquecer de que resistir é preciso.
Ao Briseido e à Vima, amigos do sempre, pelas horas de trabalho dedicadas, de maneira direta ou indireta, a este trabalho e pelas deliciosas conversas. À Val, à Vivi, à Lu e à Ju e a todos os amigos que lutam para fazer de suas vidas um 'romance da aprendizagem'.
À família Buscapé, em especial, ao vô Antônio, que me ensina a ver, com seus 93 anos, as belezas de um mundo marcadamente cruel.
À FAPESP, que me outorgou bolsa para a realização da pesquisa e produção da Dissertação.

1

Sumário

Introdução

2

1. A construção da utopia: Quarup, o “romance da aprendizagem”

13

2. A reciclagem das águas: Bar Don Juan, entre o “idealismo abstrato” e o “romance da aprendizagem”

95

3. A derrocada das utopias: Reflexos do Baile, a implosão do texto literário

137

O hino às avessas: Sempreviva, o “romantismo da desilusão”
Conclusão

223

Bibliografia

229

173

2

1. Introdução

“Quero reverte, pátria minha, e para reverte me esqueci de tudo,
Fui cego, estropiado, surdo, mudo,
Vi minha humildade morte cara a cara, rasguei poemas, mulheres, horizontes.
Não te direi o nome, pátria minha, teu nome é pátria amada, é patriazinha.
Não rima com mãe gentil.
Vives em mim como uma filha, que és”
(Vinícius de Moraes, em Pátria minha)

3

Há trinta anos do Ato Institucional de número cinco,

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