A construção do saber – Manual de Metodologia da Pesquisa em Ciências Humanas.
Determinada a hipótese, cabe ao pesquisador tomar as decisões que concernem sua verificação. Inicialmente, é preciso coletar informações e dados consideradas significantes, e isto depende do pesquisador, visto que sua seleção confere significância a estes dados. A pesquisa pode se basear em dois tipos de dados: criados ou existentes. Dados criados são coletados a partir de uma intervenção deliberada, enquanto dados existentes já estão presentes na situação do estudo e o pesquisador não precisa intervir.
Para comprovar que as alterações presentes nos dados são parte da explicação do problema, é preciso controlar o experimento, havendo um ponto de referência, grupo de controle, ou equivalente. Esta é uma forma de isolar a causa de modificação, tentando minimizar a influência de fatores externos - o que, na verdade, sempre ocorrerá, visto que em ciências sociais não se pode ter fé no isolamento absoluto de uma causa única. Um dos pontos importantes para se permitir uma análise acurada é que os dois grupos - o observado e o de controle - possuam equivalência. A melhor forma de assegurar equivalência é com a escolha ao acaso, aleatória, como forma mais confiável de seleção.
Pesquisas experimentais, nascidas no contexto positivista, são fortemente marcadas pela ideia de controle de variáveis, com possibilidade de isolamento da observação, ainda que em ciências sociais e grupos de seres humanos o nível de controle de todas as variáveis seja baixo. Ainda, é impossível repetir observações de forma idêntica às ciências naturais, visto que grupos diferentes de humanos produzem observações sobre cada grupo, diferente de elementos químicos, quando as observações sobre um elemento geralmente vão ser sempre válidas para este.
Neste contexto, define-se variável como fatores suscetíveis a variações,