a condição humana e a banalidade do mla

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A banalidade do mal, ou a condição humana
Não consegui, ainda, ver o filme sobre a vida de Hannah Arendt. Foi uma semana de muitas gripes, bronquites, crises alérgicas e trabalho, muito trabalho. Em meio à turbulência da semana, uma passadinha pela internet e vi uma foto postada pelo meu amigo Paulinho Saturnino com este texto: " Que sono é esse, assim tão profundo, das crianças sírias?
Brasileiras, holandesas, israelenses, cubanas, filandesas, angolanas, tendo o que comer, e tendo algum carinho que seja, as crianças dormem igual o sono de vida.
Já o sono de morte, que as desiguala, as crianças para dormí-lo dependem da brutalidade de seus adultos, de seus líderes.
E olhando assim, sem deixar que o hábito apague o pavor, vejo que o sono de morte arranca das crianças, antes de mais nada, seus sagrados sonhos de vida." Enquanto eu via essa foto, o mundo discutia quem usou armas químicas: se o genocida Bashar Al-Assad, ditador da Síria ou o chefe satânico do imperialismo americano ultrapassado. Eu só consigo sentir o silêncio ensurdecedor do sono de morte daquelas crianças.
Uma foto na internet foi o que vi.
O mundo da esquerda envelhecida enaltece o grande líder Assad, que consegue se defender do gigante imperial, o da “nova esquerda” ameaça Obama, com armas da internet, contra bombardeios cirúrgicos que matam “apenas” os “que tem que morrer”. Quando vêem as fotos das crianças, se indignam. Mas acham que quem as matou foi Obama.
A direita, ahhhhh... a direita!
Essa se enche de júbilo e espera, ansiosa, ver na televisão, “ao vivo”, mais uma transmissão direta da cena da morte. Quando vêem as fotos das crianças, respiram aliviadas (menos gente perigosa nesse mundo) e acham que quem as matou foram as “circunstâncias”.
Nós, pobres mortais, donos de poucas ou de nenhuma certeza, apenas sentimos essa dor funda no corpo e fazemos um esforço gigantesco para não chorar.
Afinal, vemos crianças mortas todos os dias. E os dias assim já ficaram banais.
Quase

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