A comunicação de riscos na emergência
Em estudo da EPA ( Environmental Protection Agency, agência ambiental americana ) sobre acidentes industriais, o Brasil ocupa o sétimo lugar na lista dos dez países com maior número de acidentes químicos com cinco óbitos ou mais entre 1945 e 1991. Porém, quando a classificação é pelo número de óbitos por acidente - indicador da gravidade - passa para a segunda posição no ranking (referência 1).
Acidentes catastróficos associados a processos produtivos, denominados acidentes maiores, ou na definição mais correta e atual: “acidentes ampliados”, independente de localização geográfica ou modalidade técnica, como as "marés negras", panes sérias e colapsos nucleares, incêndios e explosões em instalações petrolíferas e petroquímicas, e nuvens tóxicas - são ocorrências com fortes características de desordem, tumulto e falta de controle, tornando-as de fácil detecção e de repercussão imediata na percepção pública, o que nem sempre é observado em eventos contaminantes crônicos com carga agressiva baixa, porém cumulativa. As lições aprendidas com dois acidentes ampliados, Flixborough e Sevezo, originaram a "Diretriz de Sevezo" que define uma rede de geração e transmissão de informação visando a prevenção de acidentes e o gerenciamento de riscos tecnológicos. (Otway & Amendola, 1989). Os pontos comuns destes dois acidentes foram:
O desconhecimento por parte das autoridades sobre os produtos químicos e as quantidades envolvidas;
Quais subprodutos poderiam ser gerados e emanados para a atmosfera;
A ausência de um Plano de Emergência;
Ausência de Comunicação de Risco.
Porque Comunicar Riscos Tecnológicos Ambientais
A comunicação de risco surgiu para informar sobre os riscos para a segurança e a saúde que as pessoas estão expostas. O crescente interesse público pelas questões ambientais, em particular os riscos de impactos ambientais negativos provocados por resíduos industriais - inclusive os gerados em