A casa e a Rua - Resenha
Quando nos referimos à casa, falamos de um espaço circunscrito onde a ideia de moral e de valores sociais é plena. Ali, todos se sentem como seres humanos plenos, onde cada um tem muito bem demarcados seus valores, distintos e insubstituíveis.
A casa é um espaço de inclusão, que recebe e acolhe aqueles que são da família ou não, amigos, vizinhos, parentes mais distantes, etc. Tudo que se refere à casa é bom, decente, em contrapartida quando nos referimos à rua temos a conotação de algo perigoso, tenebroso, selvagem, um espaço onde ninguém se importa com os demais, em que reina a competição, a desordem.
Quando as pessoas transpõem a porta de casa em direção à rua, encontram um lugar de movimento, anonimato, individualidade, se movendo como veias pulsantes repletas de elementos desconhecidos aos olhos de cada um, ao passo que em casa somos reconhecidos, como gente, nossa gente. Ao passo que na rua, apenas vê-se indivíduos que povoam as cidades e que remetem à ideia de exploração do trabalho, cidadania inexistente e ausência de valores morais.
O autor faz uma relação muito interessante entre os elementos que compõem a sociedade e a Santíssima Trindade, onde o Pai é a rua, o Estado e o universo implacável das leis impessoais. O Filho é a casa, com suas relações calorosas, sua humanidade e seu sentido de pessoa feita de carne e osso. Finalmente o Espírito Santo é a relação entre os dois, o ‘outro lado’ do mistério. A virtude que fica no meio.
Espaço
Da Matta relaciona que a sociedade