A caminho do retrocesso

A caminho do retrocesso
A contemporaneidade do ser humano é marcada por frutos do capitalismo, as classes sociais e a falta de preocupação com o outro, o que é perceptível através de barreiras visíveis e invisíveis que são cada vez mais impostas na e pela sociedade e contribuem para a manutenção dessa estratificação, que é uma realidade da vida dos brasileiros desde a colonização, com as senzalas e a casa grande, os escravos e os senhores.
Sabe-se que uma das ideologias defendidas pela globalização é a de um mundo menor e conectado, contudo é uma contradição pois ela torna-o mais segregado e afastado e, assim, uma pessoa com um alto poder aquisitivo se recusa a viver próximo de quem considera inferior, construindo, então, verdadeiras muralhas no intuito de proteger-se desses "males que vêm da rua", desconsiderando que, na maioria das vezes, os que possuem uma baixa renda são vítimas dessa população desigual, não tiveram oportunidade escolar e acabam excluídos, o que não significa que são uma ameaça.
Todavia, não são apenas os muros visíveis que estão presentes na sociedade atual. Há também os invisíveis, mais cruéis e desumanos, como o preconceito e a falta de solidariedade. A ideia que certos indivíduos possuem de serem superior acaba com todos os seus valores, tornando-os ridículos e vulneráveis, pois se mostram retroceder no aspecto humanitário, uma vez que ignoram o problema e não procuram ajudar.
Dessa forma, um jeito de destruir os muros visíveis é o investimento em educação pública de qualidade, para que todos tenham acesso e oportunidade de obter sucesso financeiramente, acabando com a divisão social ou, pelo menos, minimizando-a. Porém, além disso, existe um fator maior, que vai além das barreiras visíveis. É necessário, urgentemente, rever os valores e defenter por vontade própria os direitos e a igualdade humana, pois uma sociedade nunca irá progredir enquanto muralhas invisíveis estiverem nela empregnadas.