A atualidA atualidade do ensino do holocausto e a relação com outras violações de direitos humanos

2094 palavras 9 páginas
A atualidade do ensino do holocausto e a relação com outras violações de direitos humanos Cláudia Garcia
Licenciada e Bacharel em Ciências Sociais IFCH/UFRGS
Especialista em Integração Regional e Mercosul IFCH/UFRGS
Mestre em Educação FACED/UFRGS

O holocausto/shoá ocupa um lugar específico no imaginário coletivo, como um símbolo de horror extremo que a humanidade cometeu, como espécie, contra si mesma. O massacre sistemático, industrial, frio, indistinto, de homens, mulheres e crianças tendo por objetivo último, o extermínio de um povo, é algo exclusivo na história da humanidade.
A apropriação da shoá como emblema da violação dos direitos humanos, tornou-se, ao longo do século XX e, nas últimas décadas, mais do que parte da identidade do povo judeu, certamente, integrante da memória coletiva de toda humanidade como referência ética do “mal absoluto”.
No século passado, chamado por Hobsbawn (1994), de A Era dos Extremos, inúmeras foram as violações sofridas e protagonizadas pelo sujeito moderno. O extremismo político produziu matrizes ideológicas responsáveis pela intolerância dos gulags na Rússia Stalinista, pela Revolução Cultural na China, pelo Khmer Vermelho no Camboja, assim como pelas ditaduras militares instauradas no Cone Sul. Porém, foi durante o regime nazista que o mais amplo espectro de violações de direitos humanos se consolidou como ação planejada do Estado, amparada por uma ideologia fundamentalista.
De acordo com Pawlikowski (….), o nazismo não tinha nenhuma estrutura ética verdadeira. Não tinha espaço para a “alteridade”, requerendo a erradicação de qualquer manifestação que não estivesse em conformidade com o sistema. “o nazismo era um esforço idolatra que radicalizava a si mesmo, eliminando qualquer coisa que não era conforme.… Essa é, para nós, a lição primária do genocídio nazista, mas também de outras formas de racismo e discriminação, tais como nacionalismo, sexismo ou fundamentalismo religioso” (Pollefeyt, 2000, 133 apud

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