A arte de FlanarRRR

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A arte de Flanar! Flanar é uma figura literária de origem francesa, que significa desprender-se do movimento do cotidiano por alguns momentos. Contraponto ao ritmo cansativo da vida moderna. Flanar sugere uma desaceleração, um sopro de bem estar. Caminhar sem rumo e sem pressa, só pelo prazer de apreciar o que está à sua volta. Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e contar; ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite; meter-se nas rodas da populacha, admirar o menino da gaitinha ali à esquina, seguir com os garotos o lutador do Cassino vestido de turco, gozar nas praças os ajuntamentos defronte das lanternas mágicas, conversar com os cantores de modinha da Saúde depois de ter ouvido, diletante de casaca, aplaudirem o maior tenor do lírico numa ópera velha e má; é ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até sua grande tela paga pelo Estado; é estar sem fazer nada e achar absolutamente necessário ir até um sítio lôbrego, para deixar de lá ir, levado pela primeira impressão, por um dito que faz sorrir, um perfil que interessa, um par jovem cujo riso de amor causa inveja. "Em seus ensaios sobre a obra do poeta francês Charles Baudelaire, Benjamin chama a atenção para a figura do flanêur que, com um prazer quase voyeurístico, comprazia-se em observar refletidamente os moradores da cidade em suas atividades diárias. dessa paixão do flanêur pela cidade e a multidão, decorre a flanêurie como ato de apreensão e representação do panorama urbano. Benjamim afirma que “a cidade é o autêntico chão sagrado da flanêurie” (1994: 191), e que o “fenômeno da banalização do espaço” constitui-se em experiência fundamental para o flanêur (1994: 188). Baudelaire achava a cidade sedutora, principalmente em seus “mauvais lieux”, por onde se deixava levar em suas andanças erráticas. As ruas labirínticas da cidade constituem, para o “perfeito divagador”,

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