A Alienação do Trabalho

Primeiramente, coloque-se o seguinte contexto histórico: com o desenvolvimento industrial a massa campesina busca empregos na cidade, surge o “proletariado” e, com isso, uma forma de exploração das relações de trabalho. A dependência em tais relações mostra-se bastante desequilibrada. Os empregadores (detentores do capital, meios de produção) buscam a produção, o lucro; os operários (mão de obra, força produtiva) não tem o controle sobre seu próprio trabalho (recebem muito pouco, sem direito à cotas de produção). Resultado: alto lucro para o “grande capitalista” através da dita “mais-valia”, e miséria e exploração para o proletariado (sujeito a jornadas que podiam ultrapassar dezesseis horas diárias).
Para Karl Marx, os próprios operários acabam tornando-se meios e objetos do trabalho. Parece bastante assertiva, nesse contexto, a sua teoria do materialismo histórico, segundo a qual a explicação da história e suas mudanças nos modos de produção estariam completamente relacionadas a fatores materiais, econômicos, que resultariam numa “luta de classes”. Assim, a sistemática capitalista, segundo Marx, gira em torno de dois elementos fundamentais: o capital e a mão de obra assalariada. Observando o curta-metragem “El Empleo”, temos a colocação moderna desses elementos, que transformam o próprio homem em um “objeto-coisa”, alienado em suas funções, sem perceber qual a sua real função, perdido em um sistema que aniquila a própria humanidade. A obra em questão mostra o quanto estamos alienados nas relações de trabalho e, por conseguinte, em toda nosso cotidiano. As práticas diárias tornam-se tão rotineiras, repetitivas que, literalmente, somos máquinas, engrenagens humanas colocadas em uma espécie de “modo automático”, remetendo-nos constantemente a uma releitura viva do filme “Tempos Modernos” imortalizado por Chaplin.
Não fugindo do tema, o consumismo e sua incontestável alienação midiática estão inseridos nessa ótica moderna de alienação, já que, por trás dele,