A ABORDAGEM DO TRABALHO DE PROJETOS NA FORMAÇÃO ESTATÍSTICA DO PEDAGOGO

A ABORDAGEM DO tRABALHO DE PROJETOS NA
FORMAÇÃO ESTATÍSTICA DO PEDAGOGO

Jefferson Biajone
Escola Preparatória de Cadetes do Exército [e-mail] 1. Introdução

Na grade curricular de um curso de Pedagogia, a Estatística costuma ser aquela disciplina que efetivamente faz o aluno lembrar da presença da Matemática em seu curso. E tal presença, por sua vez, poderia de certa forma justificar o certo grau de apreensão manifestado pela maioria dos alunos já no primeiro dia de aula daquela disciplina.
De fato, se nesta ocasião é dada aos alunos a oportunidade de expressarem suas expectativas em relação à Estatística, é bem provável que eles apresentem uma variada gama de percepções díspares em relação àquele saber: prazer, medo, ansiedade, desespero, indiferença e até mesmo rejeição e ojeriza.
Nestes momentos, inclusive, não é raro ouvir de alguns a justificativa de que optaram pela Pedagogia por ser este um dos cursos superiores onde se tem “menos matemática” (Novaes, 2004; Biajone, 2006).
Este curioso relacionar da Estatística com a Matemática não somente tem custado a primeira uma notoriedade injusta e problemática, mas também motivado estudiosos a questionarem o próprio fato da Estatística ser um ramo da Matemática (Bailey, 1993; Senn, 1998).
Não obstante, se levantadas as possíveis causas desta correlação perversa, constata-se que a mais preponderante delas reside provavelmente na forma como o ensino da disciplina é desenvolvido; em outras palavras, na própria postura “preferencialmente” matemática de ensinar Estatística.
Com efeito, a ênfase excessiva nos aspectos computacionais e na memorização de algoritmos e fórmulas são algumas das características mais marcantes desta postura, a qual se encontra ainda muito enraizada nos cursos de nível superior de nosso país. Tal postura, inclusive, tem sido objeto de várias pesquisas no seio da Educação Estatística (Cobb, 1991; Hogg, 1991; Bradstreet, 1996), dada à sua obsolescência enquanto abordagem