ZULULÂNDIA

O autor destaca neste texto o esboço da estrutura social de uma seção territorial da África do Sul – Zululândia – analisando as relações interdependentes entre as partes e ressaltando aspectos complexos destas relações em seu momento atual, e os conflitos que elas desencadeiam. O foco da observação incide nas relações entre africanos (zulus) e brancos (europeus) no norte da Zululândia, e o autor vai mostrar que a interação entre eles se dá de formas diferentes dependendo das situações sociais. A situação social citada pelo autor é a da inauguração de uma ponte. A cooperação entre zulus e europeus no evento mostra que eles formam uma única comunidade, com modos específicos de comportamento. Grupos socialmente inferiores relacionando-se com grupos dominantes. No entanto, as relações diretas entre os grupos não são de igualdade; a separação transparece em todos os seus padrões de comportamento. Gluckmann diz que “uma separação socialmente reforçada e aceita pode representar uma forma indireta de associação”. (p.257)
A hegemonia do grupo branco seria o fator principal na manutenção do equilíbrio da estrutura social. O autor preocupa-se em mostrar que, no período atual, a estrutura social da Zululândia pode ser analisada como uma unidade funcional em equilíbrio temporário. Ele mostra que as relações sociais têm dois aspectos: um de divisão e outra, de fusão. O primeiro é aquele no qual os conflitos podem ser resolvidos inteiramente e a cooperação pode ser obtida. No segundo, os conflitos só são resolvidos parcialmente e a cooperação é também parcial. E por fim, o autor expõe o seu conceito de cultura, como sendo os eventos sociais característicos de uma comunidade.