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6. O argumento moral
O argumento moral a favor da existência de Deus foi bastante popular no séc. XIX, em parte por se pensar que os argumentos tradicionais se tinham tornado implausíveis por causa dos avanços da ciência. Contudo, a sua influência na história da filosofia é diminuta, pois qualquer das versões do argumento moral é mais fraca do que os argumentos tradicionais.
A versão popular
O argumento moral começa por declarar que nada há no mundo natural que nos diga se uma certa acção é moralmente aceitável ou não. Por exemplo, sabemos que a neve é branca porque vemos que é branca. Mas por que razão é errado matar crianças inocentes por prazer? Ou por que razão temos o dever de cumprir as nossas promessas? Sem um ser divino que legisle sobre os nossos deveres morais, não poderia haver regras morais objectivas. Se é errado matar crianças inocentes por prazer é porque Deus legislou que assim fosse. Deste modo, o que é errado ou correcto depende de Deus. Deus é a fonte da lei moral.
Mas Deus não tem apenas o papel de legislador, tem também o papel de motivador.
Como vimos no Capítulo 8, agir moralmente implica, por vezes, agir contra os nossos interesses e desejos mundanos. Sem um ser que puna ou premeie as nossas acções perderíamos a motivação para agir moralmente.
O argumento moral popular parte da ideia de que Deus é necessário para estabelecer e motivar a moralidade.
A objecção de kant
A versão popular do argumento moral enfrenta várias objecções. Uma das mais óbvias é que parece falso que seja errado matar crianças inocentes por prazer só porque Deus assim o legislou. Se Deus não o tivesse legislado passaria tal acção a ser correcta? Isso parece inaceitável. Mas se Deus legislou tal coisa por ser moralmente errada, então não precisamos de Deus para legislar sobre o que é ou não moralmente correcto.
Immanuel Kant rejeita a versão popular do argumento moral, defendendo que Deus não é necessário para legislar as nossas obrigações

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