VIVÊNCIAS COLETIVAS DOS TRABALHADORES NA PESPECTIVA DA PSICODINÂMICA DO TRABALHO

INTRODUÇÃO Neste trabalho foram apresentados os resultados de uma investigação baseada nos pressupostos metodológicos da Psicodinâmica do Trabalho fundamentada por Dejours. É através do trabalho que o sujeito, segundo Dejours (2004), constrói sua identidade social. Para a construção da identidade no campo social, é preciso ter uma relação estabelecida no trabalho. Com isso a Psicodinâmica do Trabalho busca investigar a saúde no trabalho, procurando desvendar as vivencias subjetivas dos trabalhadores em relação a organização do trabalho. Escolheu-se o contexto da enfermagem para desenvolver a pesquisa em função desta profissão apresentar uma exigência profissional constante, em um contexto no qual sua contribuição é, geralmente, imensurável por lidar, concomitantemente, com serviços técnicos específicos da área, cuidados, interação humana e trabalho afetivo.
A partir do estudo, foi possível constatar os efeitos da maximização do trabalho imaterial na contemporaneidade, identificando traços do sofrimento vivenciado pelos trabalhadores e as dificuldades relacionadas as exigências da profissão de enfermeiro na atualidade. Com relação a Psicodinâmica do trabalho, ela considera a normalidade como um compromisso entre o sofrimento e as estratégias de defesa. Nesse processo de construção de identidade, o reconhecimento torna-se fundamental na medida em que possibilita transformar o sofrimento em prazer.

PERCURSO METODOLÓGICO A pesquisa foi fundamentada na psicodinâmica do trabalho, que é buscar a compreensão dos fatores psíquicos e subjetivos que são mobilizados nas relações de trabalho. Realizada em um hospital privado do Rio Grande do Sul, entre 2006 e 2007 através de vivências coletivas dos trabalhadores.
Foi utilizado o recurso de gravação para garantir a fidedignidade e previsão dos relatos, e as análises foram desenvolvidas a partir da intersubjetividade e da intercompreensão, possibilitadas pelo espaço de discussão