Viuvez

1 Viuvez

Dentre as perdas mais significativas da vida, a morte de um cônjugue tende a ser vista como a mais estressante. Stroebe & Stroebe (1986) e Reich, Zautra & Guarnaccia (1989) atentam para o aumento nas taxas de depressão, morte e doença entre viúvos no primeiro ano após o luto. Há pesquisas, como a de Norris & Murrell, que indicam que o primeiro ano de luto é o mais difícil, sendo que o escore da depressão tende a atingir seu auge por volta dos seis meses após a perda. A maneira como é recebida a viuvez depende de algumas variáveis, como a qualidade da relação do casal, idade, gênero, apoio social etc. Em relações conturbadas, com ocorrência de maus tratos, a perda do cônjugue pode ser recebida como alívio e liberdade, enquanto em casais com laços afetivos mais amorosos a perda do companheiro é um acontecimento mais trágico. Apesar de pessoas viúvas mais dependentes de seus cônjugues apresentarem índices mais elevados de ansiedade do que viúvos menos dependentes, a perda é dolorosa para ambos os casos. Segundo Lund et al (1993), a maior parte dos problemas enfrentados pelos viúvos por conta da perda diminui de intensidade após dois anos, sendo que Carr (2004) indica que a auto-estima pode até se elevar após a perda. Há ainda variações a respeito dos efeitos da viuvez entre idades e gênero: Os viúvos mais jovens costumam apresentar mais problemas do que viúvos mais velhos (Ball, 1976-77). Segundo Stroebe & Stroebe (1986), a probabilidade de morte entre os viúvos do sexo masculino é maior do que do sexo feminino, possivelmente porque o homem necessita de mais apoio social nesse processo do que a mulher, já que normalmente a esposa é sua única confidente. Porém, segundo Motta (2004) e Carr (2006), o modo de vida do homem viúvo não muda muito, havendo maior probabilidade de casar novamente, relacionando-se com o fato de sua conduta ser menos julgada pela sociedade do que a da mulher viúva. Helena Lopata, através de seus estudos com viúvas americanas, aponta