Visao Carpanica

Visão Carpânica e a oposição da arte: abstração x narração

Ricardo Carpani foi um Artista Argentino atuante nos movimentos operários e participante do Movimento Espartaco. Em seu trabalho é possível perceber a defesa da pintura narrativa e a busca por uma identidade política dentro dessa produção.
Ele considera que artista e sociedade se divorciam nos períodos de transição e atualmente, isso ocorre devido ao desenvolvimento do capitalismo e sua concepção individualista. A obra deixa portanto de ser um bem social para se transformar em mercadoria, luxo de poucos. Interessa a esse sistema uma arte abstrata, a “A arte pela arte”, onde não é possível formar uma posição coletiva. Daí advém o triunfo das obras formais despidas de narrativas. Essa posição mostra-se verídica se pensarmos que a arte abstrata nasce nos países de economia dominante.
Algumas artes se espalham mais por suas campanhas do que por sua qualidade. A arte europeia se difundiu com as campanhas militares e com a expansão de seu comércio. O mesmo vale para o poderio norte americano. Ocorre, portanto, que muitas vezes as culturas nacionais dos países menores são destruídas por interesses das grandes potências comerciais e acabam assim consumindo uma cultura importada.
Carpani ressalta que o mercado validador da arte atende aos interesses imperialistas, selecionando unicamente a arte que serve a eles e á burguesia. Sendo assim o artista renuncia sua “liberdade criadora para acomodar-se aos gostos e exigências daquela classe” 1, buscando inserir-se no circuito da arte. Acaba desse modo se afastando do popular e da realidade. Os EUA, por exemplo, estavam em busca de uma arte que validasse o domínio cultural do período e acham em Pollock essa condição. O mestre do dripping. O que pouco se sabe é que Pollock aprendeu essa técnica no atelier experimental de David Álfaro Siqueiros.
Nesse sentido, a legítima arte latino-americana deve ser revolucionária, pública ajudando a sensibilizar as massas para a