Vinte Anos de Crise

Introdução ao Prefácio á nova edição brasileira

Com o prefácio à nova edição brasileira, Eiti Sato, professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, procura explicar o contexto no qual Carr desenvolveu sua obra, Vinte Anos de Crise. Sato aponta que, o objetivo primário da obra para Carr era o de oferecer uma possível explicação para a condição de instabilidade e insegurança da política internacional e também uma crítica às percepções correntes manifestas em atitudes e ações políticas que, sucessivamente, se revelavam inadequadas por não reconhecerem as dimensões mais incômodas da realidade econômica, política e social. Carr apresentou com sua obra uma crítica sistemática aos idealistas, fundamentada nos pressupostos do realismo. Edward Hallett Carr nasceu em Londes, em 1892 e faleceu em 1982. Graduou-se na Universidade de Cambridge com distinção em estudos clássicos. Seus estudos foram interrompidos com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, cenário que foi motivante para o seu ingresso na carreira diplomática. A obra “Vinte anos de crise” (1919-1939), foi publicada logo após a invasão da Polônia por Hitler e a declaração de guerra à Alemanha feita pela Inglaterra. A obra fugiu do padrão em comparação às outras na relação entre o conteúdo e as mudanças vividas pelo seu próprio tempo, sobre o prisma de uma visão realista, que valeu assim a Carr grande notoriedade. Carr nasceu em plena época Vitoriana, na qual a Grã-Bretanha passava por um período de grande prestígio mundial, tanto na política, quanto na literatura, nas artes e, sobretudo na economia, entretanto o poderio Inglês já se encontrava em franca decadência antes da primeira guerra – a Grande Guerra só foi um agravante. Em síntese, a era Vitoriana marcou a Grã-Bretanha como sinônimo de poderio, estabilidade e segurança. Foi esse o mundo em que E. H. Carr nasceu, viveu sua juventude e viu declinar rapidamente na sua maturidade. Para a maioria dos