Vigilância Laboratorial da Esporotricose na Grande São Paulo
NA GRANDE SÃO PAULO
Hildebrando Montenegro1
Maria Adelaide Galvão Dias1
Elisabete Aparecida da Silva2
Fernanda Bernardi2
1 Laboratório de Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores - Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo
2 Núcleo de Vigilância Epidemiológica – Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo
A esporotricose é uma doença infecciosa que tem sido tradicionalmente atribuída ao fungo dimórfico Sporothrix schenkii. Tem ocorrência mundial, mas uma prevalência maior em climas tropicais e subtropicais. A esporotricose é a micose subcutânea de maior incidência na América Latina (1). Já foi descrita no homem e animais domésticos como cães, gatos, bovinos, porcos, camelo e aves, além de ratos e animais silvestres (2).
A infecção é adquirida por inoculação traumática de materiais colonizados ou, raramente, inalação de conídios. No local de inoculação do fungo surge a lesão primária, que pode ficar restrita ou apresentar linfangite nodular, ou ainda se disseminar pelo sistema linfático para outros locais do tecido cutâneo e mucosas (oral e nasal), além de outros orgãos. A evolução é sub-aguda ou crônica na maior parte dos casos humanos. (3).
As formas de inoculação descritas são o manejo de matéria vegetal e inoculação por farpas de madeira, espinhos, arranhaduras ou mordeduras por animais. Pode ser considerada uma dermatose profissional, com casos descritos em agricultores, jardineiros, mineiros, veterinários e caçadores de tatu (2).
TAXONOMIA – BREVE HISTÓRICO
O primeiro relato de caso foi feito por Benjamin R. Schenck no E.U.A. em 1898, relatando um ferimento no dedo da mão com abcesso drenando secreção sero-purulenta. O fungo causador foi classificado por E. F. Smith, micologista do Departamento de Agricultura dos E.U.A. como Sporotrichum sp. (4). Em 1900, Hektoen e Perkins classificam o fungo causador como Sporothrix schenckii (5). Em 1907, Lutz e Splendore relatam o