Vidas secas - teatro - falas - A fuga

A fuga
Introdução Narrador: A vida na fazenda se tornará mais difícil, por causa da chegada da seca, pouco a pouco os bichos se finavam devorados pelos carrapatos e Fabiano e Sinhá resistiam pedindo Milagre
Sinhá Vitoria: Meu Deus do Céu, manda chuva, essa terra precisa do cê, o meu sinhô, ajuda nois, revive a vida que nois tem. Por favor meu sinhô
Fabiano: Meu Sinhô, tem misericórdia de nos, faiz um milagre nessas terra
Narrador: Mais quando a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido e decidi ouvir o conselho da mulher
Sinhá Vitoria: Fabiano vamo embora, vamo embora, num tem mais nada pra nois faze aqui, temo que muda, temo que procura terra, aguá pra nois planta
Fabiano: Tá veno aqueles urubu lá mãe ? Num sei dondi vem tanto urubu. E o pior é que eles não faiz nada, num trabaia, fica robano a carne dos mai fraco
Sinhá Vitoria: Mais da pro cê ser vaqueiro em outras banda, esse mundo é grande, e as crianças ? O que vai ser delas ?
Fabiano: Vai ser vaqueiro como o pai
Sinhá Vitoria: Nossa Sinhora. Vaqueiro ? Que ideia homi, temo que muda, muda de vida, muda de costume, temo que procura agua e comida, acabou - se
Fabiano: Acabou - se
Narrador: Com a nova seca Fabiano juntou todas as coisas e com sua família seguiu caminho, os meninos na frente carregando a cabaça de água. Sinhá Vitoria carregando uma trouxa de roupa, Fabiano atraz ia segurando a espingarda.
Agora Fabiano estava meio otimista, examinou o rosto carnudo e as perna da mulher, gravou lhe as pernas grossas nadegas volumosas e os lábios carnudos
Fabiano: Mais muie, num é que ocê ta dando uns caldo ainda; essas perna cebada, e essa bunda lá em riba e lábio carnudo, até esqueço os pobrema
Narrador: As bochecha de Sinhá Vitoria, avermelharam - se e Fabiano repetiu o elogiu
Fabiano: Muie se tá boa, tá carnuda
Sinha Vitoria: Não é verdade, daqui a pouco vou estar magra e sem o lombo
Narrador: Mais uma vez estavam de mudança, retirando - se as aves de arriba céu, como bichos, não