VIDA

A Declaração de Independência dos Estados Unidos da América fora redigida por Thomas Jefferson, que foi reconhecidamente um leitor das obras de John Locke. Como consequência dessa influência, os ideais do pensador e filósofo inglês, considerado pai do liberalismo político, acabaram refletidas na Carta. Os princípios de Locke ganharam conotação popular durante a independência por meio dos panfletos distribuídos pelos rebeldes, principalmente aquele escrito por Thomas Paine. O liberalismo de Locke tem como base alguns princípios, dentre os quais se pode destacar quatro pontos principais. O primeiro ponto importante em relação a Locke é seu entendimento sobre o Estado de Natureza. Diferente de Hobbes, que o caracterizava como a “guerra de todos contra todos”, Locke vê como consequência da falta de governo a liberdade, que seria uma característica inerente à própria natureza humana. A liberdade, assim, não é algo outorgado por um governo ou por uma autoridade civil, mas sim característica natural e inseparável do homem. Com isso faz-se claro que nenhum governo, sob qualquer tipo ou domínio tem o direito de restringir ou retirar as liberdades dos indivíduos. Tal aspecto também se aplica aos anseios dos indivíduos que habitavam a colônia britânica na América do Norte.
Ao analisarmos a Carta fica claro que seu conteúdo usa como base teórica as ideias lockeanas. A liberdade, elemento chave de toda a sociedade americana tal como da teoria de Locke, é expressa, claramente, nas primeiras linhas do segundo parágrafo da Carta : "Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade." . Portanto, fica fácil identificar o segundo ponto de análise. A maneira como a liberdade natural se expressa, por meio de alguns direitos individuais básicos e inalienáveis, como o direito à vida, à liberdade e à