Versos a um cobeiro - analise

659 palavras 3 páginas
No poema, Versos a um coveiro, esse que tem como temática principal a Morte, o Cemitério onde é possível observar a existência de palavras que reforçam o tema do poema como: sepulturas, carneiros (gaveta ou urna que serve para sepultamento), carnes podres, crânios, entre outros. Não podemos esquecer que esse poema fez parte da cena em que Olavo Bilac diz sua infeliz opinião: ”Fez bem em morrer, não se perde grande coisa”.
Ao aspecto formal, Versos a um coveiro é um soneto, pois possui dois quartetos e dois tercetos, que ao fim somam quatorze versos cada um decassílabo, que são versos estruturados com 10 sílabas, assim como a maioria de seus poemas. Ao analisar suas rimas observa-se que são perfeitas, graves e pobres e em relação a sua posição, nos quartetos as rimas são Interpoladas (ABBA) e nos tercetos, rimas Abraçadas (AAB), e é por essas classificações formais, com tamanho rigor que os versos de Augusto dos Anjos já foram considerados “exatos como formulas matemáticas”. Um poema que é possível ver tamanha capacidade do poeta em combinar elementos matemáticos, biológicos, científicos, mórbidos, com suas meticulosas e rigorosas rimas, e forma. O poema faz uso de expressões de termos matemáticos (“algarismos”; “silogismos”; “aritmética”; “progressão dos números inteiros”; “Pitágoras”) e biológicos (“Tíbias, cérebros, crânios, rádios e úmeros”). A morte é tratada como uma realidade objetiva e sem mistificações.
Analisando o poema, observamos que na primeira estrofe “Numerar sepulturas e carneiros,/Reduzir carnes podres a algarismos,/Tal é, sem complicados silogismos,/A aritmética hedionda dos coveiros!”. Na estrofe em geral o poeta trata do cotidiano de um coveiro, relacionando sempre sua função com a matemática, ao dizer “carnes podres” o poeta se refere ao morto, com um termo mais esdrúxulo. Na segunda estrofe: “Um, dois, três, quatro, cinco… Esoterismos/Da Morte! E eu vejo, em fúlgidos letreiros,/Na progressão dos números inteiros/A gênese de todos os

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