VACINAS NO LIMIAR DO SÉCULO

3235 palavras 13 páginas
VACINAS NO LIMIAR
DO SÉCULO
Brasil: Auto-suficiência ou dependência?
Hermann G.Schatzmayr,
Ph.D. em virologia - UFRJ, presidente da
Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz (1990/92)

INTRODUÇÃO
A observação de que os sobreviventes de uma doença raramente sofriam um segundo ataque da mesma infecção contituía a base de metodologias usadas desde a antigüidade para prevenir doenças, como, por exemplo, a varíola. De fato, antigos documentos descrevem a prática de inocular deliberadamente em adultos e crianças material obtido das lesões de pele em casos de varíola de menor gravidade. Esta prática obviamente era perigosa e uma parte dos inoculados vinha a falecer pela doença, em cifras, no entanto, bem menores que os 20 a 30% observados na infecção natural. Benjamin Franklin, o grande inventor americano, descreveu em sua autobiografia a perda de um de seus filhos pela varíola, lamentando não ter utilizado a prática da inoculação proposital, chamada de variolização, então bastante comum.
Já na segunda metade do século 18, era reconhecido em vários países da
Europa que ordenhadores de gado raramente apresentavam lesões de varíola, então uma das mais importantes doenças do mundo, e se acreditava que eles se protegiam por adquirirem uma doença que causava lesões semelhantes às da varíola, na pele dos animais com que trabalhavam. Coube a Jenner, médico inglês com uma sólida reputação de investigador, alcançada com suas publicações sobre pássaros, demonstrar em 1796 que pessoas inoculadas (hoje diríamos vacinadas) com o material destes animais resistiam até mesmo a inoculação posterior de material coletado de casos graves de varíola. Em pouco tempo, a nova metodologia se disseminou, e a vacinação contra varíola foi tornada até obrigatória em 1807, na Bavária. Em torno de
1840, o barão de Barbacena trouxe para o Brasil amostras vacinais e introduziu o método de imunização, em especial nas
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