utopi

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"O fundamento da crítica irreligiosa é: o homem cria a religião; não é a religião que cria o homem. E a religião é, bem entendido, a autoconsciência e o auto-sentimento do homem que ainda não é senhor de si mesmo ou que já voltou a perder-se (. ..) A religião é o soluço (o suspiro) da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de um estado de coisas carente de espírito. A religião é o ópio do povo. A abolição da religião enquanto felicidade ilusória do povo é uma exigência que a felicidade real formula. Exigir que renuncie às ilusões acerca da sua situação é exigir que renuncie a uma situação que precisa de ilusões. A crítica da religião é pois, em germe, a crítica deste vale de lágrimas de que a religião é a auréola.»
Marx considera que a religião é uma forma de alienação. Nela verifica-se a fractura entre o mundo concreto e um mundo ideal, entre o mundo em que o homem vive e o mundo em que ele desejaria viver. Por que razão surge esse mundo ideal? Marx diz que o mundo celeste é o resultado de um protesto da criatura oprimida contra o mundo em que vive e sofre. Ou seja, procura-se um refúgio no mundo divino porque o mundo em que o homem vive é desumano. Num mundo em que "o homem é o lobo do homem", não há "família humana", o homem não se sente neste mundo como em sua casa.
A procura de uma família celeste deve-se à perda da família terrestre, à separação do homem do seu semelhante. São essencialmente as degradantes condições materiais de vida, a exploração do homem pelo homem, com o consequente desprezo pela vida humana, que levam o homem a sentir-se órfão na terra e a procurar um pai no céu.
O mundo religioso, o "Reino de Deus", não tem consistência própria, não é verdadeiramente real. É um "reflexo" de degradantes condições materiais de vida, da opressão da grande maioria dos homens por outros. É a "flor imaginária" que decora os grilhões que oprimem os explorados; é o "suspiro" de quem se vê degradado na sua humanidade, transformado em

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