urbanismo

Por que um urbanismo ecológico? Por que agora?
Preâmbulo — A população do mundo continua a crescer, acarretando uma constante migração das áreas rurais para as urbanas. Um número cada vez maior de pessoas e de cidades significa uma maior exploração dos recursos limitados do mundo. A cada ano, mais e mais cidades estão sentindo os impactos devastadores dessa situação. O que podemos fazer? Que recursos temos, como arquitetos e urbanistas, para lidar com essa realidade?
Há décadas estamos recebendo sinais de diversas fontes sobre as dificuldades que nós e nosso meio ambiente teremos que enfrentar. O relatório Brundtland de 1987, diversos estudos científicos sobre os impactos do aquecimento global e os argumentos apaixonados do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore deixaram sua marca, mas a crescente preocupação com o meio ambiente vem acompanhada de grande ceticismo e resistência. Os Estados Unidos não apenas deixaram de ratificar o protocolo de Kyoto, como também estão, junto com o Canadá e muitos países do golfo, entre os maiores usuários de recursos energéticos per capita. O malogro da cúpula de Copenhague em produzir um acordo juridicamente exigível confirma ainda mais a escala dos desafios que nos aguardam. O conceito de “Planeta Vivo” parece ser um sonho distante – e não apenas para os grandes responsáveis pela atual situação, mas para o resto do mundo também.
É claro que arquitetos e urbanistas estão cientes desses problemas há algum tempo, mas a proporção daqueles que estão de fato comprometidos com a sustentabilidade e as práticas ecológicas permanece pequena. Até recentemente, a maior parte dos trabalhos produzidos sob a alcunha da arquitetura sustentável era de má qualidade. Os primeiros exemplos centravam-se principalmente em simples tecnologias para produzir energia e reciclar lixo. Muitas vezes a arquitetura sustentável, rudimentar em si mesma, significava também um estilo de vida alternativo, de renúncia, e esvaziado de prazer. Isso mudou, e