Uma descrição densa

Geertz inicia o seu ensaio crítico aos métodos modernos aplicados às ciências social, em particular ás investigações antropológicas, questionando a força com que certas idéias surgem no panorama intelectual, a forma como elas se instalam excluindo idéias anteriormente existentes. Tornam-se absolutas na resolução de quase todos os problemas levantados dentro da investigação científica.

Quando essas idéias se encontram no nível de familiarização científica, ou seja, dogmatizadas, tornam-se partes de suprimento geral de conceitos já estabelecidos. Nesse nível parece possível haver uma comparação das suas reais dimensões, do exagero de sua apropriação e exploração.

Nesse ínterim, surgem então questões de desenvolvimento de conceitos limitados provinientes da extensão da aplicação ampla de dessas ideais dogmatizadas e absolutas. Conceitos que aplicados às necessidades de investigação cientificas, principalmente em áreas de ciências sociais, não conseguem fundamentar de modo justo uma análise abrangente do fenômeno estudado.
Ainda nesse nível, é possível que essa extensão ou aplicação seja reduzida por se perceber que tal conceito não se aplica a todos os problemas fundamentais, nem mesmo a questões como estas aqui apontadas.

O autor afirma não saber “se é exatamente dessa forma que todos os conceitos científicos se desenvolvem”. Porém, ele parece deixar claro ser este um dos seus argumentos para enfatizar os padrões pelos quais se desenvolvem os conceitos de cultura “em torno do qual surgiu todo o estudo da antropologia” e, em que ambos; a matéria e o próprio antropólogo têm se preocupado, principalmente no presente ensaio “em limitar, especificar, enfoca e conter” o “[...] conceito cultura a uma dimensão justa, que realmente assegure a sua importância contínua em vez de debilitá-la”.

Em seus questionamentos, Geertz lista alguns de conceitos de cultura analisando os casos de Edward Burnett Tylor, antropólogo britânico que no século XIX realizou estudos que