Uma Analise sobre Antígona

Não é de hoje que vemos um embate entre Direito Positivo, aquele que vê que o direito adequado as necessidades do povo o direito posto e assegurado pelo Estado, e Direito Natural que surge da necessidade de princípios gerais que possam valer para qualquer povo em qualquer tempo e território, na literatura clássica esse embate pode ser evidenciado, como na obra Antígona, de Sófocles.
O enredo da obra Antígona é marcado pelo conflito entre Antígona e Creonte. Creonte, Rei de Tebas, dita uma lei no qual proíbe as honras da sepultura ao irmão de Antígona, Polinices, e ao outro, Etéocles a concede, pois argumentava Creonte que por estar contra a cidade de Tebas, Polinices não merecia as honras. Isso gera uma indignação por parte de Antígona que tenta burlar essa lei e enterrar seu irmão. Porém, ela é descoberta e punida, todo esse conflito gera sucessivos embates. Tudo isso termina convencendo Creonte de que sua lei ditada deveria ser revogada. Porém, já é tarde e a tragédia já tinha sido lançada.
O que se vê na obra Antígona é o conflito entre uma lei ditada, o Direito Positivo, e um valor que vigora na sociedade, que é dado pelas leis divinas, o Direito Natural, esse valor pode ser evidenciado nas falas de Antígona quando diz:
“Mas Zeus não foi o arauto delas para mim, nem essas leis são as ditadas entre os homens pela Justiça, companheira de morada dos deuses infernais; e não me pareceu que tuas determinações tivessem força para impor aos mortais até a obrigação de transgredir normas divinas, não escritas, inevitáveis; não é de hoje, não é de ontem, é desde os tempos mais remotos que elas vigem, sem que ninguém possa dizer quando surgiram. E não seria por temer homem algum, nem o mais arrogante, que me arriscaria a ser punida pelos deuses por violá-las.”
Esse trecho citado, mostra que Antígona denuncia a ilegitimidade das leis ditadas por Creonte. Porém, Creonte não cede e condenação ação de Antígona e reafirma a prevalência de sua lei ao dizer ao coro:
“Ela já se