Uma analise da familia contenporanea

INTRODUÇÃO
As migrações resultam em novas descobertas, formações de Estados Nação, extinções de populações, ou seja, desorganização territorial. Nas palavras de Garnier (1980 p.191), “O movimento dos indivíduos, que remonta a tempos pré-históricos, vem prosseguindo incessantemente durante milhares de anos, e a atual distribuição do homem pela superfície da terra muito se deve a isso”. O dinamismo das migrações foi tomando novas formas, porém permanece a busca por melhores condições de vida. Dar-se enfatiza a questão econômica como mola propulsora das migrações, contudo, salientando que o pesquisador da temática não deve apenas associar a migração fatores meramente econômicos, uma vez que existe um conjunto de relações sociais e culturais que envolvem cada mobilidade.

No Brasil, os movimentos populacionais internos permanecem desde a colonização européia, produzindo e reproduzindo novos espaços, Baumfeld e Lemos (1979, p.357 -358) argumentam:

As migrações internas são, em grande parte, determinadas pelos fluxos de capital e pelas características do desenvolvimento econômico e têm papel de importância nas transformações socioeconômicas, coincidindo muitas vezes a mobilidade espacial com a mobilidade social, produzindo transformações na composição e na estrutura das classes sociais.

A migração interna esteve e estará ligada à busca de sobrevivência de trabalhadores excluídos ao longo da história do Brasil, tendo em vista que o desenvolvimento econômico implica na ampliação das desigualdades sociais, aprofundando as divisões de classes.
Compreender a estratificação social estabelecida no Brasil requer estudos dos processos migratórios internos, especialmente os temporários, onde há transformações nos locais que ofertam o trabalho transitório, assim como nos de residência. A migração temporária geralmente está relacionada às atividades do setor primário, em que trabalhadores de menor poder aquisitivo deslocam para áreas que ofertam o trabalho e retornam