um dia de fúria

O filme “Um dia de fúria” traz William Foster como um indivíduo que lida com suas frustrações de forma peculiar. Um dos problemas que ele enfrenta é o desemprego. Nesse sentido, Foster trata a situação como uma perturbação pessoal, ao invés de enfrentá-la como uma questão pública – conceitos usados por Wright Mills em “A Imaginação Sociológica” - ou seja, não percebe que aquele seu problema é compartilhado por uma densa gama de outros indivíduos e isso faz com que ele se sinta encurralado e passe a agir da forma violenta que agia, não se mostrando consciente do contexto em que estava inserido. Por conta desse comportamento agressivo, o personagem principal não pode ser usado para representar a sociedade em que convive, justamente por essa não ser uma característica comum a todos os indivíduos do conjunto. Em outras palavras, do ponto de vista do modo como enfrenta frustrações William Foster não caracteriza um tipo ideal weberiano descrito por Raymond Aron em “As etapas do pensamento sociológico” (1967). Em relação ao texto “Pensaram na TV Globo e não nos trabalhadores’, diz presidente do sindicato dos metroviários” publicado no dia 29/07/2014 é possível perceber um valor individual sendo compartilhado por uma gama de pessoas: o culto ao futebol. Assim sendo, pode ser considerado uma ação social, conceito também mencionado na obra de Aron de cunho tradicional, visto que tomam a decisão de assistir aos jogos como um impulso, ensinados por gerações antigas e ensinando as mais novas. Além disso, o texto trata uma questão pública (obra de Mills): a alteração nos horários de circulação do sistema metroviário. De acordo com o texto é um desejo da maioria das pessoas que os metrôs circulem até mais tarde e que seus funcionários sejam capazes de dar o atendimento devido aos usuários. Assim sendo, pode-se entender que o ponto em questão é algo construído por um conjunto de pensamentos individuais. Tanto o filme quanto o texto são passíveis de tais interpretações por