UCI undade de cuidados intensivos

Cuidados intensivos. O paradigma da nova medicina tecnológica.
A unidade de cuidados intensivos é o palco onde são exibidos os últimos avanços tecnológicos da medicina. As UCIs destinadas ao atendimento de doentes críticos, exigem um espaço físico, recursos humanos e tecnológicos especializados que as transformam em serviços de alto custo, sendo indispensável a definição de critérios de admissão (Barreto, Vieira e Pinheiro, 2001). A introdução destas tecnologias, cuja eficácia, nem sempre é previamente demonstrada, levanta, dilemas de ordern ética, moral, económica e social que continuam por resolver e que é necessário explicar e debater na sociedade. Como membros de uma sociedade temos o dever de olhar para a tecnologia com um espírito crítico e não nos deixarmos entusiasmar por todo o aparato tecnológico, devemos questionar, acima de tudo, até que ponto seremos capazes de implementar um sistema justo e de racionar o seu uso, de forma a não limitar o acesso a toda a tecnologia oferecida pelas UCIs.

1. As unidades de cuidados intensivos
Fatores como, o estado funcional do doente previamente ao internamento na UCI, a necessidade de ventilação mecânica, a presença de doenças terminais e o número de disfunções orgânicas são importantes como elementos prognósticos.

Ao longo dos anos o tipo de doentes que são internados mudou. Atualmente são mais idosos, com exceção dos grupos habituais de jovens e de doentes com SIDA;
Antes os doentes morriam mais por problemas de enfarte do miocárdio ou de trombose cerebral (nos 60 anos), hoje padecem mais de doenças crónicas de vários órgãos (nos 70 anos);
A “fasquia” da gravidade da doença que pressupõe o internamento está muito mais elevada devido à reduzida oferta de camas hospitalares no setor público. No setor privado a demora para conseguir uma cama hospitalar é grande pelo que quando finalmente internados, já se encontram muitas vezes acamados e com necessidades dependentes dos enfermeiros, consumindo mais recursos