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19271 palavras 78 páginas
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O demônio familiar

José de, Alencar

"Texto pertencente ao acervo de peças teatrais da biblioteca da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU), digitalizado para fins de preservação por meio do projeto Biblioteca Digital de Peças Teatrais
(BDteatro). Este projeto é financiado pela FAPEMIG (Convênio EDT-1870/02) e pela UFU. Para a montagem cênica, é necessário a autorização dos autores, através da Sociedade Brasileira de
Autores Teatrais - SBAT"

O demônio familiar
O DEMÔNIO FAMILIAR de JOSÉ DE ALENCAR
COMÉDIA EM QUATRO ATOS
Representada pela primeira vez no teatro do Ginásio, do Rio de Janeiro em 5 de setembro de
1857.
PERSONAGENS:
CARLOTINHA
HENRIQUETA
EDUARDO
PEDRO
JORGE
ALFREDO
AZEVEDO
D. MARIA
VASCONCELOS

Texto digitalizado para o projeto BDTeatro da UFU.

2

José de, Alencar

ATO I
CENA I
Em casa de Eduardo, gabinete de estudo.
CENA I
Carlotinha, Henriqueta.
CARLOTINHA: Mano, mano! (Voltando-se para a porta) Não te disse? Saiu! (Acenando)
Vem, psiu, vem!
HENRIQUETA: Não, ele pode zangar-se quando souber.
CARLOTINHA: Quem vai contar-lhe? Demais, que tem isso? Os homens não dizem que as moças são curiosas?
HANRIQUETA: Mas, Carlotinha, não é bonito uma moça entrar no quarto de um moço solteiro. CARLOTINHA: Sozinha, sim; mas com a irmã do lado não faz mal.
HENRIQUETA: Sempre faz.
CARLOTINHA: Ora! Estavas morrendo de vontade.
HENRIQUETA: Eu não; tu é que me chamaste.
CARLOTINHA: Por que me fazias tantas perguntinhas, que logo percebi o que havia aqui dentro. (No coração)
HENRIQUETA: Carlotinha!...
CARLOTINHA: Está bem, não te zangues.
HENRIQUETA: Não; mas tem lembranças!
CARLOTINHA: Que parecem esquecimentos, não é? Esquecia-me que não gostas que adivinhem os teus segredos.
HENRIQUETA: Não os tenho.
CARLOTINHA: Anda lá!.. Oh! Meu Deus! Que desordem! Aquele moleque não arranja o quarto do senhor; depois mano vem e fica maçado.
HENRIQUETA: Vamos nós arranjá-lo?
CARLOTINHA: Está dito: ele nunca teve criadas desta ordem.
HENRIQUETA: (a meia voz) Porque

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