Transportes

Hidrovia: muita água para rolar

Mesmo batendo recordes sucessivos na movimentação de cargas (crescimento médio de 15% ao ano) e sendo o modal preferido por embarcadores de grandes volumes e baixo valor agregado por grandes distâncias, como grãos, a Hidrovia Tietê-Paraná ainda não é utilizada em mais que 10% de sua capacidade.
”Por isso, nosso objetivo principal é inseri-la efetivamente na matriz de transporte multimodal”, declara Oswaldo Rossetto Jr., diretor do Departamento Hidroviário da Secretaria dos Transportes.
O primeiro passo foi reconhecer sua importância logística e tirá-la da administração da Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Hoje, ela está superando as próprias metas: de uma estimativa de 1,8 milhão de toneladas movimentadas para este ano, havia alcançado 1,7 milhão em dez meses.
A hidrovia paulista tem dois grandes grupos de carga. O de média distância, que viaja trechos de até 200 Km, principalmente na região de Jaú, é o complexo cana-de-açúcar. Em 2003, somente até outubro, foram movimentadas 700 mil toneladas do produto na via fluvial, o que representa um crescimento de 8% em relação a todo o ano passado.
Mas é nas rotas de longas distâncias que esse modal exerce sua maior vocação e torna-se a opção economicamente mais atrativa. A grande vedete aí é o complexo soja (em grão, farelo ou óleo vegetal). Neste ano, já foram movimentadas um milhão de toneladas até outubro – evolução de 10% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Quanto menor o valor da carga, mais vantajoso é transportá-la pela hidrovia, pois esse tipo de commoditie é cotado pelo valor internacional menos o custo com a logística.. Portanto, quanto menor o valor do frete, mais recursos na mão do produtor”, explica Rossetto, lembrando que comboios fluviais consomem de 10 a 20 vezes menos combustível que os rodoviários e ferroviários.
Na Hidrovia Tietê-Paraná há 25 terminais, que operam 50 comboios completos, com 150 empurradores e 200 chatas. Sua construção começou na