Trainspotting e o existencialismo

645 palavras 3 páginas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS 3
CYBELE RAMALHO

MEMORIAL SOBRE FILME “TRAINSPOTTING”

ISABELA MENEZES OLIVEIRA

18 de novembro de 2014
São Cristóvão, SE
O filme Trainspotting, lançado em 1996 e baseado no livro homônimo, conta a história de um grupo de amigos viciados em heroína que vivem em Edimburgo, na Escócia e expõe as imprevisibilidades e angústias dos personagens, que numa espécie de fuga do controle social, recorrem à heroína para se livrarem das “obrigações” sociais e apenas se preocupam com o momento e o prazer do uso da droga.
O filme pode evocar questões existenciais muito interessantes, a começar pela frase inicial em que o narrador (um dos viciados) diz: “escolha viver. Escolha um emprego. Escolha uma carreira, uma família. Escolha uma televisão enorme. Escolha lavadora, carro, CD Player e abridor de latas elétrico. Escolha saúde, colesterol baixo e plano dentário. Escolha viver. Mas por que eu iria querer isso? Escolhi não viver. Escolhi outra coisa. Os motivos? Não há motivos. Quem precisa de motivos quando tem heroína?”.
A fala revela que estamos imersos a uma obrigatoriedade no viver e esta acaba se tornando combustível para os indivíduos atribuírem significados às suas vidas, pois em cima dessas perspectivas, fazem-se planos e se vive. No entanto, os personagens do filme optaram não aderir a essa formatação e a tal previsibilidade, o que, segundo o próprio narrador, revela a escolha do não viver.
Essa escolha reflete na falta de sentido e isso os leva a angústias, resultando na busca pela fuga das angústias que os circundam e recorrer aos entorpecentes torna-se uma solução plausível em virtude da desesperança em mudar fatos e ausência de novas perspectivas. No entanto, ao invés de ser encarada como um fato cotidiano, a angústia frequentemente é patologizada e para administrá-la, se pensarmos de uma forma

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