Trabalho

A atualidade do pensamento de Paulo Freire e as políticas de Educação de Jovens e Adultos

Maria Margarida Machado

"o saber de experiência feito" Camões e Paulo Freire!!!

Introdução

Gostaria, antes de iniciar propriamente a reflexão que preparei, de agradecer o convite para proferir esta conferência. Não sei bem se eu a denominaria assim... mas vamos a ela. Agradecer a confiança dos representantes dos fóruns de EJA, reunidos em Goiânia, no mês de maio, na ocasião do II Seminário Nacional de Formação de Educadores de Jovens e Adultos, quando numa das muitas saídas de emergência (para socorrer alguns imprevistos...) ao retornar fui surpreendida com uma articulação em torno do meu nome para estar aqui hoje. Quero dizer que é uma grande honra poder tratar deste tema: A atualidade do pensamento de Paulo Freire e as políticas de Educação de Jovens e Adultos, reconhecendo com tranqüilidade que entre nós, seguramente, temos pessoas muito mais preparadas para esta fala, com as quais contei para as reflexões que aqui vou apresentar e que de antemão agradeço. Aceitei este desafio e gostaria de dizer do lugar de onde eu falo sobre este tema. Iniciei meu trabalho com alfabetização de adultos na periferia de Brasília, na cidade do Gama, no Distrito Federal, em 1986, aprendendo como alfabetizar com o chamado “método Paulo Freire”, através de uma experiência entre mestrandos da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, hoje professores nesta mesma faculdade, e o movimento popular de alfabetização de Ceilândia, que mais tarde vai dar origem ao Centro de Educação Paulo Freire – CEPAFRE. O contato com esta experiência mudou minha vida, a começar pela mudança na opção profissional: estava cursando licenciatura em Química e acabei quatro anos depois concluindo licenciatura em História. Relato isto, inicialmente, para dizer uma primeira descoberta que fiz pessoalmente com o referencial freireano: não se trata de um método de alfabetização, mas sim de