Trabalho

A REVOLTA LIDERADA POR TUPAC AMARU

A revolta dos índios descendentes dos incas, liderados pelo cacique Tupac Amaru II entre 1780 -1781, constituiu-se numa das maiores insurgências da história da América Latina, somente equiparada em extensão e significado à Revolução Zapatista, ocorrida no México, 130 anos depois, entre 1911-17.

A instalação do sistema colonial hispânico na América foi marcada por um processo massivo de eliminação de boa parte das populações indígenas que aqui viviam. No século XVIII, a infiltração das idéias iluministas e liberais potencializaram os conflitos entre índios e os colonizadores espanhóis que para ampliar a mão-de-obra disponível, empreendiam acordos com as lideranças indígenas locais. Em troca do apoio ao colonizador espanhol, os caciques recebiam parte dos impostos arrecadado ou eram dispensados do trabalho compulsório. Dessa forma, os colonizadores vislumbravam manter as estruturas da dominação colonial sem estabelecer o confronto.

No entanto, no ano de 1780, um cacique (curaca) chamado José Gabriel Condorcanqui opôs-se aos interesses das elites metropolitanas. Dizendo-se descendente do lendário líder inca Túpac Amaru, preso e executado em 1571 por resistir ao início da dominação espanhola na América, liderou uma insurreição indígena no Peru. Sendo uma grande exceção entre as populações indígenas da região, Condorcanqui estudou na Universidade de São Marcos (Lima, Peru) e lá teve contato com a história de Túpac Amaru e com ideais do pensamento iluminista.

Inspirado por essas idéias, Condorcanqui mudou seu nome para Túpac Amaru II e organizou um movimento emancipacionista que contou com o apoio da elite criolla. A rebelião começou em 1780, com a execução de um dos chefes espanhóis da administração colonial. Em pouco tempo, milhares de mestiços, indígenas, escravos e colonos empobrecidos decidiram não mais obedecer às exigências e tributos da Coroa Espanhola.

A popularização dos ideais da rebelião Túpac Amaru começava